O Reitor da Universidade Pedagógica de Maputo, Prof. Doutor Jorge Ferrão, proferiu, no dia 25 de Abril de 2022, uma “aula de sapiência”, no Instituto Superior Politécnico de Gaza (ISPG), por ocasião da abertura do Ano Académico-2022, havida no Campus Politécnico, no Anfiteatro 270.
A aula decorreu em torno do tema: “Repensando a Ecologia dos Saberes e dos Viveres”, onde o autor procurou demonstrar a importância das relações ecológicas no dia-a-dia dos seres humanos. Ao longo da sua oração, Jorge Ferrão falou da vida e das relações entre animais e o ensinamento que elas transmitem à humanidade, sobretudo na busca de soluções para os principais problemas sócio-políticos, tais como guerras e terrorismo, que, nos últimos tempos, têm afligido o país. Segundo Ferrão, existem três tipos de relações entre animais, nomeadamente, relação por comensalismo, por parasitismo e por mutualismo.
Além disso, Ferrão descreveu os ecossistemas e as áreas de conservação do país, com destaque para o ecossistema Maputaland Pondoland, localicazado nas províncias de Gaza e Inhambane, com uma área de 275000 km2 e uma quantidade de aproximadamente 8100 espécies de plantas, que são geramente endémicas. Para além das plantas, o ecossistema tem, entre outras, espécies de aves, peixe e répteis, e constitui um dos melhores e maiores ecossistemas do país. Aliás, Moçambique possui um enorme potencial ecossistémico. “Fazemos parte dos 12 ecossistemas mais importantes do mundo”, sublinhou Ferrão.
Contudo, o Reitor manifestou preocupação em relação às acções humanas negativas e prejudiciais ao ecossistema, tendo frisado que os moçambicanos desconhecem o valor e a importância da biodiversidade. Como consequência, o país e o mundo em geral têm experimentado mudanças climáticas, que têm estado na origem dos maiores problemas sócio-ecónomicos do mundo, incluindo Moçambique. Para ilustrar, Ferrão referiu-se às cheias, ciclones e seca – que têm sido recorrentes no país – como reflexo das mudanças climáticas.
Para terminar, Jorge Ferrão apelou à conservação da biodiversidade e encorajou os estudantes a empenharem-se mais e cultivar o espírito de pesquisa e debate de ideias, pois, segundo o orador, o estudante universitário é o motor e o centro do conhecimento.